Jogar bem futebol implica um bom grupo de jogadores que combinam entrosamento, técnica, eficiência e inteligência. Porém, nada disso funcionará completamente sem o gramado onde a bola rola suavemente.
Um gramado ruim pode atrapalhar um time mesmo quando se trata de fundamentos como domínio de bola, passes curtos e finalização. No Brasil, mudanças no clima, excesso de partidas, eventos e shows em estádios podem afetar a qualidade do gramado. É por isso que grama sintética é tão bem vista.
Por exemplo, a condição do gramado do Maracanã foi novamente muito criticada. Enfim, quer saber mais a respeito das gramas para o futebol, recomendamos que prossiga com a leitura deste artigo para ficar por dentro de todas as informações a respeito das gramas para o futebol, veja mais:
Será que toda grama é igual?
Existem dois tipos de gramas para o futebol: clima quente e clima frio. No Brasil, as espécies de gramas usadas são da modalidade de clima quente devido à sua capacidade de se desenvolver em altas temperaturas, porém conseguem suportar geadas esporádicas e tolerar baixas temperaturas (desde que sejam consistentemente acima de zero).
No entanto, as gramas de clima quente se dividem em duas categorias: Rizomatozas e Estoloníferas. O progresso vegetativo das Rizomatozas ocorre no rizoma (caule subterrâneo) sub-superficiais. Contudo, o progresso vegetativo das estoloníferas ocorre nos estolões superficiais (caules que crescem paralelos ao solo).
Veja a lista com alguns itens que vão ser determinantes para a seleção das melhores gramas para o futebol, sendo eles os seguintes:
- Clima Regional: o clima perfeito para montar um gramado sem o maior custo da tecnologia são as modalidades das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Elas são Subtropical, Tropical semi-úmido e Tropical, com temperaturas amenas durante todo o ano que oscilam entre sol e chuva. Os climas do norte e nordeste são os piores para esse fim.
- Capacidade de Drenagem: Outro item fundamental que todas as modalidades gramas para o futebol necessita ter, pelo menos em teoria, é a capacidade de absorver água, comumente conhecida como drenagem. Sugerimos aplicar uma espessura máxima de 5 cm de areia entre o solo e a grama antes do plantio, pois assim a grama “não gosta” da areia e vai ser obrigada a aprofundar suas raízes para coletar nutrientes. Melhora a sua resistência ao pisoteio e aumenta a drenagem da sua composição química.
- Disponibilidade de recursos para manutenção: alguns cuidados são essenciais para a manutenção do gramado de um campo de futebol, como intervalos curtos de corte, adubação semestral e irrigação frequente. Portanto, ter ferramentas e recursos de fácil acesso é, na verdade, a melhor medida preventiva para eventuais problemas que possam surgir.
- Frequência de Jogos: é essencial determinar a frequência de jogos que a grama do campo de futebol deve suportar. Se for 1 jogo por semana, 3 jogos por semana ou jogos diários. Nenhuma grama pode resistir ao pisoteio constante e se recuperar sem um período de descanso.
Enfim, há vários tipos de gramas para o futebol, no entanto, alguns são caros para adquirir e manter, como as variedades internacionais de Tifway, Celebration e Tiftwarf.
As gramas mais usadas nos estádios brasileiros, quais são?
As gramas para o futebol mais usadas no Brasil são da modalidade rizomatosas. Esta modalidade de grama tem uma elevada capacidade de regeneração depois de ser pisoteada ou em trânsito intenso.
A recuperação da grama depois de um intenso jogo de futebol é possível, pois os rizomas são subterrâneos e protegidos de danos mecânicos diretos. No entanto, os gramados altamente resistentes usados na grande parte dos estádios no Brasil pedem manutenção contínua desde a adubação até o corte (que pode ser diário). Os Batatais, Bermuda e Esmeralda são exemplos de grama da modalidade Rizomatosas.
Bermuda: a goleadora
A grama bermuda é a espécie de grama mais usada nos campos de futebol brasileiro. Podemos achar ela nos estádios: Arena Fonte Nova; Arena Castelão; Arena da Baixada, Arena Pantanal; Arena Beira-Rio; Mineirão; Maracanã; Morumbi; Vila Belmiro; Pacaembu; Engenhão e São Januário.
Aliás, tem folhas estreitas, macias, densas e uma cor verde intensa. Excelente recuperação do desgaste por pisoteio e resistência a pragas e ervas daninhas.
Overseeding
Alguns campos de futebol, como o Mineirão, replantam seus gramados com sementes mais adequadas às baixas temperaturas do inverno. Essa técnica é chamada de semeadura e apresenta resultados muito interessantes em agosto, quando a grama cresce completamente e substitui a grama tropical.
Os gramados híbridos: o que são?
Esses gramados possuem duas modalidades de grama: grama natural e grama artificial, e têm sido muito usados em estádios europeus e na Arena Corinthian. Este gramado funciona dessa forma: Uma máquina grande de costura portátil realiza a costura de fibras de polipropileno (grama artificial) com 20 cm de fundura na zona da raiz das superfícies da grama natural.
Isso proporciona uma âncora em torno da qual as raízes naturais da grama natural podem crescer. Esse reforço da zona de raiz proporciona estabilidade e permite que os jogadores gerem as enormes forças horizontais aliadas a sprint e mudanças direcionais sem falha na superfície. No chão, as fibras sintéticas ficam logo abaixo da altura de corte da grama natural para proporcionar suporte e aumentar a durabilidade.
Grama artificial ou natural?
Existe muito debate a respeito de qual grama é melhor para o desempenho do jogador: artificial ou natural. Quais são as vantagens e desvantagens de cada uma? O árbitro apitou e a bola está rolando!
- Velocidade da bola: a velocidade da bola na grama artificial é bem superior à da grama natural, razão pela qual vários jogadores têm dificuldade em controlar a bola na grama artificial. Na grama natural, existe mais controle sobre a bola porque ela conta com um salto mais suave e natural.
- Resistência do gramado: outra característica é que a grama artificial é mais resistente às condições climáticas (neve ou chuva forte), além dos altos custos de manutenção que a grama natural pede (irrigação frequente, fertilização regular e poda).
No entanto, além dessas características, um dos pontos principais que têm sido discutidos é a respeito da ocorrência de lesões nas duas modalidades de gramados.